Eliane Brum será a palestrante da aula inaugural do Icict 2023 | Arte: Vera L. F. de Pinho (Ascom/Icict)

A grave crise humanitária que atinge os povos do território Yanomami vem causando ampla mobilização em todo o Brasil desde o início de 2023. Diversas instituições, como a Fiocruz [3], e profissionais das mais variadas áreas, comprometidos com os direitos humanos e a saúde dos povos indígenas, mobilizaram forças para apresentar ações e respostas à emergência. Houve também iniciativas de comunicação que trouxeram grandes repercussões ao caso, a partir de apurações de jornalistas que vêm acompanhando a crise de perto. É o caso de Sumaúma: jornalismo do centro do mundo [4], plataforma trilíngue que estreou em setembro do ano passado, com reportagens de fôlego sobre o garimpo ilegal, a contaminação das águas, a devastação de aldeias e florestas, a disseminação de doenças e as muitas violências contra mulheres indígenas.  

Para falar sobre essa iniciativa e sobre a importância da luta pela Amazônia e pelos povos originários, Eliane Brum é a convidada do Icict para ministrar a aula inaugural da unidade em 2023. O evento, que tem como tema "Por que a Amazônia é o centro do mundo", será no dia 5 de abril (quarta-feira), às 10h, no Salão de Leitura da Biblioteca de Manguinhos. A aula é aberta e contará com intérprete de libras. Haverá transmissão ao vivo pelo canal da VideoSaúde Distribuidora no YouTube [5].     

Jornalista, escritora e documentarista, Brum é diretora de redação e uma das idealizadoras da plataforma Sumaúma. Radicada em Altamira, no Pará, ela afirma que o projeto pretende fazer jornalismo com um olhar a partir da natureza e, mais especificamente, da maior floresta tropical do planeta. "Sumaúma cobre a Amazônia, mas também cobre o planeta a partir da Amazônia. Mais do que cobrir a Amazônia, é um olhar a partir dela, a partir do centro do mundo, a partir dessa visão de deslocamento dos centros do mundo", afirmou, em entrevista à revista digital LatAm Journalism Review [6]. 

A palestra de Eliane Brum integra as celebrações do aniversário de 37 anos do Icict/Fiocruz - fundado em 7 de abril de 1986 - e encerra o calendário de aulas inaugurais da Fiocruz em 2023, trazendo ao debate público temas de profunda relevância da agenda nacional. O calendário de atividades foi iniciado em 2 de março, com a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV) recebendo o rapper, escritor e ativista MV Bill. No dia 16 de março, a Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) recebeu a ministra da Igualdade Racial Anielle Franco, que falou sobre o legado das mulheres negras no país. No dia 31 de março, a ministra da Saúde Nísia Trindade foi a grande convidada da aula inaugural da Fiocruz, intitulada A Fiocruz e eu: percurso afetivo e reflexivo sobre nossa história recente. 

➡️ FIOCRUZ: confira a agenda 2023 de aulas inaugurais [7] 

AULA INAUGURAL 2023 - Instituto de Comunicação e Informação em Saúde (Icict) 

Data: 5 de abril (quarta-feira)
Horário: 10h
Local: Salão de Leitura da Biblioteca de Manguinhos
Tema: Por que a Amazônia é o centro do mundo
Palestrante: Eliane Brum, jornalista, escritora e documentarista
Transmissão: canal da VideoSaúde no YouTube [5]

Sobre a palestrante Eliane Brum

Com mais de 40 prêmios de jornalismo, é uma das repórteres mais premiadas do Brasil. Em 2021, recebeu o prêmio Maria Moors Cabot, concedido pela Columbia Journalism School (EUA), pelo conjunto de sua obra. Além de diretora de redação da plataforma Sumaúma, é colunista da seção internacional do jornal espanhol El País. Publicou nove livros e dirigiu quatro documentários. Seus livros mais recentes são Brasil Construtor de Ruínas, um olhar sobre o país, de Lula a Bolsonaro (Arquipélago, 2019) e Banzeiro òkòtó, uma viagem à Amazônia Centro do Mundo (Companhia das Letras, 2021).

Em inglês publicou One Two (Amazon Crossing), The Collector of Leftovers Souls (Graywolf/EUA e Granta/Reino Unido) e Banzeiro òkòtó, the Amazon as center of the world (Graywolf/EUA e Indigo/Reino Unido). Também tem livros traduzidos ou em tradução nas línguas italiana, alemã, francesa, polonesa e búlgara. É diretora ou codiretora de quatro documentários: Uma história severina, Gretchen Filme Estrada, Eu+1: uma jornada de saúde mental na Amazônia e Laerte-se.

Eliane Brum é uma das fundadoras da plataforma Sumaúma, baseada na Amazônia | Foto: Lilo Clareto/Divulgação