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Reciis aborda feminismos, comunicação e informação em saúde no 2º número de 2021

por
Roberto Abib (Reciis)
,
01/07/2021

As desigualdades, entre elas a de gêneros, circulam em discursos e representações nas linguagens, nas mídias, redes sociais e plataformas digitais. A mídia expressa controvérsias do imaginário brasileiro em relação às questões feministas. É um espaço de reprodução da violência, mas também de disrupção do silêncio que envolve as dissidências sexuais e de gêneros. No seu segundo número de 2021, a Reciis traz pesquisas científicas sobre modos de viver, curar e adoecer de mulheres na primeira parte do dossiê Feminismos: perspectivas em comunicação e informação em saúde, se constituindo numa coletânea que partilha diferentes formas de silenciamento com a intenção de combatê-lo. 

De acordo com o editorial escrito pelas editoras convidadas, Flávia Leiroz e Patrícia D’Abreu [3], os textos deste número mostram reflexões e práticas de comunicação que entrecruzam as estruturas de raça, classe, gênero e condições sociais brasileiras. Nesse sentido, a autora Ivonete da Silva Lopes [4] discute em nota de conjuntura as contradições entre a estratégia de comunicação adotada no lançamento da vacinação contra a Covid-19 e a ausência da informação sobre gênero e raça/cor nos boletins epidemiológicos divulgados pelos estados e governo federal. Ivonete questiona: “se raça e gênero não são consideradas variáveis relevantes na coleta e divulgação de dados sobre a pandemia, por que esses estados deram visibilidade às mulheres negras para dar início à campanha de vacinação?”.

Silêncio e mídia

A discussão sobre o silenciamento midiático e sobre as questões de saúde que envolvem as mulheres tem continuidade no artigo que abre o dossiê Feminismos, comunicação e informação em saúde. As autoras Rayza Sarmento, Paula Dornelas, Maria Ligia Granacim Granado Rodrigues Elias e Amanda Rocha [5] analisam o silenciamento de mães e gestantes como fontes de informação na emergência sanitária da epidemia do Zika vírus, em 2015, e apontam estratégias de resistência a partir de compartilhamento de experiências nas redes sociais. Modos de resistir ao cerceamento midiático entre mulheres também é discutido no trabalho de Simone Santos Oliveira, Sergio Portella e Laura Katona [6]. Autoras e autor partem da noção de “mídia aderente” para dissertar sobre a violação de direitos de populações atingidas – principalmente das mulheres – pelos rompimentos das barragens de minérios dos municípios de Mariana-MG e Brumadinho-MG.

As opressões de raça e gênero que insistem em silenciar mulheres negras, sobretudo nos espaços da política institucional são a tônica do artigo de Carla Baiense e Monique Paulla [7]. As autoras analisam a rede social Instagram da deputada Talíria Petrone para apontar as permanências escravagistas e os riscos de adoecimento e morte de mulheres negras brasileiras. O dossiê termina com o artigo de Lais de Mello Rocio, Rafael Paes Henriques e Gabriela Santos Alves [8], que articulam epistemologia feminista e teoria crítica do jornalismo na análise dos bastidores da reportagem sobre assédios sexuais que geraram o movimento #MeToo. 

Artivismo de gênero 

Este número conta com um ensaio de Paula Gorini Oliveira [9], a qual narra sua experiência num coletivo feminista de arte e educação, antipunitivista e contra o encarceramento a partir de depoimentos, poesias e entrevistas com mulheres submetidas ao sistema prisional e judiciário. Por meio da comunicação e expressão artística, a narrativa de Paula Gorini ressoa vozes e resistências. 

Na seção Entrevista, a professora titular e pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Práticas de Consumo da ESPM/SP, Rose de Melo Rocha [10], discorre sobre sua trajetória intelectual, fruto de um conhecimento encarnado que se espraia nas suas atuações como pesquisadora, professora e cidadã. Rose comenta sobre sua pesquisa recente com foco no que denomina como Artivismo musical de gênero, em que cantoras como Pablo Vittar e Linn da Quebrada são pensadas como protagonistas dissidentes nas disputas audiovisuais, construtoras de audiovisualidades que projetam utopias realizáveis concernentes a gêneros e sexualidades.

Em Resenhas de Livros e Produções Audiovisuais, a edição conta com a resenha de Robson Evangelista dos Santos Filho [11] sobre o livro Representações Midiáticas da Saúde, dos pesquisadores em Saúde Pública, Igor Sacramento e Wilson Borges. O número traz também artigos originais em fluxo contínuo que abordam temas como evolução de sífilis em gestantes, experiências de saúde de mulheres, relações entre internet e saúde mental e liderança, informação e ciência relacionadas à pandemia de Covid-19 

A imagem de capa deste número é uma produção de Paulo Castiglioni Lara e faz parte do documentário Minha vida é no meio do mundo. Em coprodução com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o filme retrata a construção de um movimento de mulheres agricultoras do Polo da Borborema, Agreste da Paraíba. O documentário está em acesso aberto no link: https://www.youtube.com/watch?v=NqWWCyuqbZE  [12]

A Revista Eletrônica de Comunicação, Informação e Inovação em Saúde (Reciis) é editada pelo Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz). 

Clique na imagem abaixo para acessar o segundo número de 2021 da Reciis – a primeira parte do Dossiê Feminismos: perspectivas em comunicação e informação em saúde: 

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Vídeo em destaque

Para saber mais

Reccis: Dossiê Feminismos: perspectivas em comunicação e informação em saúde, parte 1 [13]
Revista Eletrônica de Comunicação, Informação e Inovação em Saúde - RECIIS [15]

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